Mais de 12 milhões de idosos são chefes de família
O Globo OnLine
4/9/2008.
RIO - A imagem de um idoso entediado de pijamas está longe do cotidiano da terceira idade no Brasil. Hoje, eles representam 10,1% da população, alcançando 18,5 milhões de pessoas. E não devem nada para as gerações seguintes. Segundo dados reunidos pelo cientista social e ex-coordenador da ONU, José Carlos Libânio, os idosos chefiam 12,2 milhões de lares brasileiros, ou 22% do total (são considerados chefes, pelo critério do IBGE, aqueles apontados como tal pela família no momento da pesquisa).
Além disso, 71% da terceira idade do país conseguem ser independentes financeiramente. Apenas 5% dos homens e 23% das mulheres se dizem em dificuldade financeira. A grande maioria dessa faixa da população, 83%, possui casa própria já quitada.
- Esses fatos quebram um mito, mostrando que os idosos continuam a acumular patrimônio. Os mais jovens estão, na verdade, em desvantagem atualmente - analisa Libânio.
Em crescimento
As cifras também jogam a favor dos mais velhos. "A parcela de idosos da população tem crescido cada vez mais e isso deve continuar assim. Em 2050, calcula-se que um em cada três brasileiros serão da terceira idade - afirma.
O movimento é intenso. Entre 1940 e 2006, o número de idosos no país cresceu 11 vezes, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões. A mudança também levou a uma reviravolta nos mercados, cada vez mais interessados nesse segmento. Afinal, eles já são responsáveis por nada menos do que R$ 243 bilhões.
Grande parte da renda da terceira idade, 49%, vem da Previdência, majoritariamente do INSS. Na seqüência, com 39%, estão os rendimentos vindos do trabalho. Os aluguéis também representam uma porcentagem significativa da renda dos idosos, 7%.
As mulheres, por terem uma expectativa de vida maior do que os homens, representam 55% dos idosos. E têm uma velhice mais solitária. A viuvez das idosas é 3,4 vezes maior do que a dos idosos.