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Brasil. Idoso enfrenta barreiras na maioria dos postos

Miércoles, 04 de Marzo de 2009
Recortes de prensa

Comentários adicionais do Movimento Idosos Solidários  A maioria das Unidades Básicas de Saúde da cidade São Paulo está em imóveis adaptados, antigas residências e inadequados para o serviço de assistência médica à população, especialmente aos idosos e aos portadores de necessidade especiais. O Cartão Magnético lançado há cerca de 10 anos e que facilitaria muito o atendimento das pessoas idosas, ainda não saiu do papel. Por outro lado, o paciente idoso necessita de uma consulta mais demorada para colocar o medico a par de suas várias doenças e medicamentos tomados.  A inexistência de sala de espera exclusiva expõe a pessoa idosa a contatos próximos, no mesmo banco e na mesma sala sem ventilação com portadores de doenças infecciosas e transmissíveis (gripe, hepatite, tuberculose, entre outras). Por último, os mapas de atendimento, divulgados com grande estardalhaço pelos órgãos  da imprensa se baseiam no número de atendimentos prestados e não na resolutividade dos mesmos, em outras palavras, os casos que realmente foram atendidos convenientemente, medicados e resolvidos com a cura ou o controle da doença dos pacientes.  Parece que é uma brincadeira do faz de conta, todo mundo finge que está tudo funcionando às mil maravilhas mas não é o que quase sempre acontece. Casos mal atendidos e não resolvidos nas UBS sobrecarregam os pronto socorros e hospitais da rede pública, ocasionando dispersão de recursos financeiros que poderiam ser  aplicados em outros setores da saúde, como o da prevenção e monitoramento das doenças crônicas. Alguma coisa já foi feita, é verdade, mas  ainda há um longo caminho a percorrer...  Dr.Oscar Del Pozzo – www.idosossolidarios.com.br – solidosos@uol.com.brIdoso enfrenta barreiras na maioria dos postos

 

Segundo pesquisas feitas em unidades de saúde de 7 estados do Nordeste e do Sul, 60% têm problemas, que também afetam pessoa com deficiência.

 

Fabiano Leite

Jornal “O Estado de São Paulo”

24/02/2009
 

Um estudo inédito, realizado em sete estados do país, mostra que 60% dos postos de saúde têm barreiras arquitetônicas para idosos e pessoas com deficiência, como escadas e ausência de rampas e corrimãos, o que dificulta o acesso a esses serviços. Na avaliação conjunta. Realizada pelas universidades Federal e Católica de Pelotas (RS), foram visitadas 240 Unidades Básicas de Saúde (UBS), sorteadas em 41 municípios com mais de 100 mil habitantes de estados do Sul e Nordeste do país (RS, SC,AL, PB, PE, PI e RN).

 

“A presença de degraus, a falta de corrimãos, rampas, banheiros adaptados para cadeirantes e salas de espera inadequadas foram uma constante”, concluíram os pesquisadores no trabalho publicado na última edição da revista Ciência e Saúde Coletiva.

Eles avaliaram ainda as calçadas das unidades, consideradas inadequadas em 67% dos casos. Estima-se que 23% da população do país seja idosa ou tenha algum tipo de deficiência. Os pesquisadores visitaram unidades comuns e aquelas pertencentes ao Programa de Saúde da Família (PSF).

 

As regiões de estudo foram escolhidas pelo Ministério da Saúde, que financia uma avaliação da extensão do PSF para grandes cidades, cujo objetivo é orientar as prefeituras. Os direitos das pessoas com deficiência e idosos são garantidos pela legislação nacional, na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde. A Associação Brasileira de Normas Técnicas tem diretrizes para a construção de prédios acessíveis.

 

“Além disso, sabemos que estamos passando por uma transição demográfica, de envelhecimento da população e existe necessidade de preparar o terreno para isso”, , diz um dos autores do trabalho, o fisioterapeuta Fernando Siqueira, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Católica. “Para ter acesso à saúde é preciso acesso no plano físico”, afirma o pesquisador, que considera o resultado alarmante. Um dos problemas mais freqüentes relatados pelos pesquisadores foi a ausência de rampas de acesso e, mesmo quando elas existiam, não tinha corrimãos.

 

Para piorar, a maioria das unidades também não dispunha de cadeiras de rodas para transportar os pacientes. Os pesquisadores não divulgaram dados por município. A cidade de São Paulo, que não foi alvo do estudo, apesar de ter avançado na adaptação das unidades de saúde, ainda tem problemas em relação à acessibilidade, segundo o Conselho Municipal da Saúde. “As unidades que têm escadas ganharam elevadores, mas quase sempre eles estão quebrados, afirma Francisco Chagas, representante das pessoas com deficiência.

 

A unidade de Santa Cecília, no centro, é uma delas. “Eles me perguntaram se eu poderia subir. Até é bom porque faço exercício”, disse Mauricio Monge, de 50 anos, que apoiado em uma muleta, descia devagar a escada no início deste mês. Segundo a Prefeitura, 90% dos postos garantem a acessibilidade e, na unidade, os médicos descem a escada quando necessário. “Mas o fato de ter rampa não significa que a unidade é acessível. Ela pode ter rampa e não ter elevador”, diz Vereadora Mara Gabrilli (PSDB), que participou de CPI que tratou da acessibilidade.