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Brasil. PUCRS cria Ambulatorio do Envelhecimento Indígena

Miércoles, 18 de Julio de 2012
Envejecimiento y vejez

Por Bianca Garrido - Revista PUCRS, edição nº 160 (julho/agosto)

Em pleno século 21, o índio brasileiro vive em média 45 anos, enquanto o brasileiro não indígena alcança, com saúde, 73 anos. Os dados, divulgados no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, são alarmantes. A realidade preocupa ainda mais quando se verificam quais doenças matam esta população: parasitoses, malária, pneumonias e tuberculose – passíveis de cura por meio de tratamento adequado.

Preocupados com essa realidade, o diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS, Newton Terra, e o coordenador do Núcleo de Pesquisa da Cultura Indígena da Universidade (Nepci), Ir. Édison Hüttner, uniram-se para criar o primeiro Ambulatório do Envelhecimento Indígena, que ficará localizado junto ao IGG, no 3º andar do Hospital São Lucas. “A expectativa é realizar um mapeamento completo da saúde do índio gaúcho e brasileiro, com o que chamamos de avaliação geriátrica global. Saberemos como vive o índio, o que ele come e como está a sua saúde”, explica Terra. “Eles não podem viver 30 anos menos que a média do brasileiro não índio e nada ser feito em relação a isso”.

Os pacientes de todo o Rio Grande do Sul serão encaminhados via Sistema Único de Saúde (SUS) pelos postos de saúde dos seus municípios. Ao chegar no IGG, passarão por avaliações completas, envolvendo médicos geriatras, utricionistas, educadores físicos, fonoaudiólogos e dentistas. Serão feitos exames laboratoriais como hemograma, glicose, colesterol, triglicerídeos, entre outros; de imagens, incluindo ecografias, mamografias, raio x, tomografias, ressonâncias magnéticas e densitometrias ósseas; exames de traçados, como ergometria e eletrocardiograma de repouso e testes, como miniexame do estado mental, atividades instrumentais e básicas da vida diária, escala de depressão geriátrica, audiometria e espirometria.

A meta é examinar pelo menos quatro indígenas por mês no ambulatório do IGG, duplicando os atendimentos em 2012. Se necessário, a equipe do Instituto também poderá ir até as aldeias. “Nenhum índio idoso no Estado deverá ficar sem avaliação”, prevé o diretor. Inicialmente serão atendidos índios com 60 anos ou mais, mas, segundo Terra, o plano é acompanhar esta população a partir dos 20 anos. “Assim podemos prever um envelhecimento saudável e longevo”.

Acostumado a acompanhar a população indígena em todo o País, Ir. Huttner entende que a iniciativa se tornará referência para que outros setores da sociedade trabalhem com o índio idoso no Brasil. “Unindo os setores público e privado, resolveremos esta situação com naturalidade”, acredita. O Centro de Microgravidade da PUCRS e o Nepci já utilizam tecnologias na telemedicina, examinando idosos de tribos variadas em todo o território nacional, como o que é feito, por exemplo, em Manaus, na Casa de Saúde Indígena em que atua também a Universidade Aberta da Terceira Idade. Lá, professores da PUCRS atuam como especialistas emitindo uma segunda opinião (hipótese diagnóstica) e analisando os dados de casos enviados de atendimento aos pacientes indígenas em telessaúde.

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