Movimento De Valorização Dos Idosos Brasileiros (MOVIDOSOS)

Viernes, 25 de Mayo de 2007

Canal: Aprendizajes y Experiencias

Considerações iniciais

               Temos assistido, nos últimos 20 anos, à proliferação de muitas instituições, comunidades, grupos de convivência, clubes da terceira idade, movimentos, associações, pastorais e outras entidades, todas empenhadas em valorizar os idosos e ajudá-los a reconquistar o lugar que por direito, sempre ocuparam na sociedade. Este fato é  uma conseqüência natural do grande aumento de pessoas com 60 ou mais anos de idade que acontece em todos os paises do mundo.

               No Brasil, os idosos foram contemplados com várias leis, decretos e portarias. Todas essas posturas foram planejadas para melhorar a qualidade de vida dos mais de três milhões de idosos brasileiros. Surge nesse contexto uma pergunta: Quando os idosos verão aplicados na prática do seu dia a dia todos esses direitos? Legislar, decretar, colocar no papel parece ser muito mais fácil do que transpôr para a realidade. Até hoje o próprio Estatuto do Idoso tem muito poucos artigos que estão realmente valendo.

               Na luta para usufruir dos direitos que lhes estão assegurados, os idosos deparam com barreiras quase intransponíveis seja pelos organismos oficiais ou pela sociedade civil que fingem ignorar, não saber de nada. Reuniões, caravanas, abaixo-assinados, apelos e pedidos são recebidos solenemente pelos ocupantes dos gabinetes oficiais e parecem que estão dormindo nas suas gavetas até quando não sabemos. Não há respostas, não fornecem soluções, tudo continua na mesma.

               Após mais de 20 anos de idas e vindas, após tanto tempo de arregimentação e de luta os resultados são modestos, mesmo quando acontecem, o que é pouco comum. Chegamos a uma conclusão lógica e insofismável: a nossa maneira de agir até agora não produziu os resultados esperados e o que é pior, está provocando desilusão e desânimo entre os participantes. Estamos  numa encruzilhada: o que fazer, vamos desistir de lutar ou mudar radicalmente a nossa maneira de agir?

               Desistir, parar de enfrentar as estruturas, os preconceitos arcaicos e paralisantes, assistir inerte à perpetuação das discriminações, das injustiças praticadas impunemente contra aqueles que deram uma contribuição importante para nossa pátria, com seu trabalho, com seu esforço, com o suor de seu rosto, pelejando diariamente para cumprir a sua jornada de labuta, muitas vezes estafante?

               A outra alternativa é repensar nossa estratégia de luta, mudar a nossa maneira de exigir direitos e garantias. De agora em diante estamos planejando realizar manifestações em locais públicos, passeatas pelas cidades, portando cartazes com as nossas reivindicações, trazendo para as ruas nossos problemas e exigindo soluções. Estamos cansados de sorrisos, abraços e tapinhas nas costas com promessas que nunca se transformam em realidade, são propostas de um futuro menos sombrio que não se concretizam.

               Entramos em contato com a Rede Latino Americana de Gerontologia (RLG),que congrega muitos paises, como Chile, Argentina, Cuba, México, Peru, Guatemala e Venezuela, entre outros, todos empenhados em divulgar conhecimentos importantes para melhorar a qualidade de vida dos idosos do nosso continente. No Chile é feita a "Marcha por la dignidad de los cabezas Blancas" por ocasião da celebração do Dia Internacional do idoso, em 1º. De outubro.

               Estamos propondo aos nossos companheiros da RLG a realização de uma manifestação simultânea em todos os paises do continente naquela data, semelhante a que é feita no Chile. Seria uma grande concentração nos lugares centrais das cidades com uma celebração ecumênica se possível, seguida de uma passeata com cartazes e faixas mostrando as principais dificuldades enfrentadas pelos idosos.

               Uma das sugestões que estamos considerando é contar com a presença dos bengalantes e das cadeiras de rodas, mostrando a dura realidade enfrentada por muitos. Nosso principal objetivo é ganhar visibilidade para nossas reivindicações junto à mídia, à opinião pública e à sociedade como um todo, através da presença do maior número de idosos que queiram participar, inclusive os portadores de incapacidades.

               Sugerimos a criação de uma Rede Latino Americana Virtual, que reúna todas as entidades, conselhos estaduais e municipais de idosos, movimentos sociais, organizações não governamentais leigas ou religiosas da sociedade civil em geral, associações beneficentes, abrigos, lares, asilos, casas de repouso e outras.

                 De nossa parte, aqui no Brasil, estamos planejando, em comunhão com várias entidades do setor,  a criação do Movimento de Valorização dos Idosos Brasileiros, uma rede virtual,  com a finalidade de unirmos forças, conjugarmos esforços, buscarmos identidades simultâneas e recíprocas para ganhar mais força e autenticidade na nossa luta.

                 Nossas bandeiras, nossas metas, nossos objetivos comuns podem ser resumidos nos itens seguintes: saúde (aqui se encontram as maiores queixas), transportes, educação, respeito, combate à violência contra idosos, atualização das aposentadorias e pensões pela previdência social e facilidades maiores na aquisição de habitações, dentre outras.

                 Os idosos de São Paulo, do Brasil e da América Latina ainda não se deram conta da pressão legítima que podem exercer junto à opinião pública para que sejam atendidas as suas demandas. A única condição para que isso finalmente aconteça é a união de todos em torno a objetivos comuns, sem ausências, sem desculpas para não participar.

                 O exercício pleno da cidadania exige que todos cerrem fileiras, compareçam, se mexam, convoquem os amigos, conhecidos e parentes, membros do grupo e da comunidade. Vamos dar uma demonstração clara e inequívoca que estamos firmemente engajados nessa cruzada redentora. Ficar aguardando que os outros façam isso por nós é condenar ao fracasso, é incentivar o desânimo.

                 É preciso que não haja dicotomia de um lado das entidades de cientificas, de ensino e pesquisa e de outro, de todos aqueles que mantém contatos com os idosos: movimentos, pastorais, conselhos, instituições de longa permanência, centros de referência e de estudos. Os dois lados devem estar na mesma sintonia pois têm os mesmos objetivos.

                 Vamos todos unidos, nos congregarmos nessa porfia. Os que não participarem terão no futuro, direito de se queixar e de se lamentar? A comodidade, a passividade  não ajudarão em nada os quase 18 milhões de idosos brasileiros. Pensem nisso enquanto ainda está em tempo de mudar de atitude.

                 As entidades, conselhos, movimentos, pastorais, associações beneficentes, grupos e centros de estudos e outros que queiram participar dessa grande empreitada, por favor, comuniquem-se conosco pelo e-mail: solidosos@uol.com.br  ou pelo site do Movimento Idosos Solidários: www.idosossolidarios.com.br

Dr.Oscar Del Pozzo - Coordenador